17/11/2009

Terapia com os nossos melhores amigos... os animais!!!



Fernanda Dias e os seus animais…


Os cães e os gatos salvaram-na. Quando «Silvesta» entrou lá em casa, acabaram as tromboses e depressões que consumiam Fernanda Dias, uma viúva na terceira idade que actualmente passa a maioria do tempo fora de portas.

«Sinto-me melhor de saúde desde que me dedico aos animais. Nos primeiros dez anos que fiquei viúva estive muito mal», lembra nos seus 69 anos, enumerando as tromboses, dores musculares e depressões que a solidão lhe causou.

Fernanda diz que acorda todos os dias motivada pela sua «missão» para com os animais. Cuida dos seus, dos de amigos que trabalham todo o dia, dos abandonados nas ruas e ainda de um que o dono foi forçado a deixar em casa quando teve de ir para um lar de idosos.

«Quase não paro em casa. A minha vida é um corrupio. Acordo às sete, caminho várias horas por dia para passear os bichos, volto a sair depois do almoço e só volto a casa lá para as oito da noite», conta.

A estimulação sensorial e motora que os animais proporcionam é um dos benefícios salientados pelos médicos especialistas em terceira idade.

«Os animais representam uma fonte inesgotável de afecto, mobilidade e saúde. Movimentam-se mas não falam, logo obrigam-nos a entendê-los, estimulando a nossa audição ou o tacto e também a memória dos sentidos», afirma a geriontologista Maria João Quintela.

Procurar o gato que está atrás do sofá, baixar-se para dar o alimento, passear o cão na rua ou levá-lo ao veterinário são pequenos gestos que podem ser estimulantes para quem sente o corpo cansado e pouca motivação.

Maria João Quintela explica que a memória, que se vai perdendo com o passar dos anos, pode ser reavivada pela simples obrigação da lembrança das horas de dar comida ao cão, do recordar com um amigo das façanhas do gato.

«Os animais são um agente estimulante da atenção», defende a médica, criticando o facto de a maioria dos lares de idosos portugueses não estar preparados para receber os animais de estimação.

«Ir para uma instituição implica separar-se de tudo: dos vizinhos e tarecos até à roupa, e ainda em alguns casos dos animais de estimação. A entrada num lar é como um deserto que os idosos atravessam, numa altura em que estão frágeis», conta a geriontologista.

Depois da mudança que os animais trouxeram à sua vida, Fernanda Dias não hesita em dizer que todos os lares deviam ter um animal para ajudar os idosos a viver e lembra a dor de um amigo que deixou ao seu cuidado o animal de estimação que teve de abandonar quando foi para o lar.

«Como se fosse um filho»

O lar da Quinta da Paiva, em Miranda do Corvo, é um dos que promove o contacto dos idosos com animais: cavalos, pássaros e cabras são visitados diariamente pelos idosos que ali vivem e pelos de outras instituições das povoações mais próximas.

«Os benefícios são imensos. Não vemos aquele olhar, típico dos lares, de quem espera pela morte. Há uma interacção das pessoas com os animais, comentam o que observam, dão palha aos burros e procuram animais que viram no dia anterior e acharam graça», conta um dos responsáveis pela quinta, Pedro Faria.

Os animais podem ainda ser uma arma contra o isolamento social. As clínicas veterinárias são muitas vezes um local de encontro e de partilha de experiências, especialmente para os que têm mais tempo disponível.

«Aqui à clínica vêm dezenas de idosos, especialmente mulheres. Muitos desabafam e procuram também alguma atenção. Para a maioria dos donos que vivem sozinhos, os animais são como se fosse um filho», afirma a veterinária Ana Marques.

6 comentários:

  1. LINDO!!! As pessoas por vezes perdem-se com os seus próprios males e dedicam tanto tempo a pensar neles que cada vez pioram mais, o afecto, a dedicação quer seja a animais ou a causas faz-nos alargar a mente para outras realidades que não só a nossa com todos os benefícios daí recolhidos!

    Bjs

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  2. Obrigada, infelizmente é essa a realidade que se vive, que bom seria se que não só os idosos mas todos no geral se dedicassem ao convívio com os animais e a causas humanitárias, o ser humano seria na certa mais HUMANO!!!
    Beijinho

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  3. Olá Ana, essa ideia seria optima para todos os lares de idosos pois só faria bem tanto aos velhotes como aos proprios animais, mas assim não é, quantas vezes se vê nesses lares pessoas para ali abandonadas sozinhas tristes amarguradas, e os animais? Quantos por aí abandonados? Essa é de facto uma ideia a seguir em Portugal.
    Beijo e já agora uma sexta feliz e um fim de semana cheio de amor saude e alegria.

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  4. Ana, só pessoas frias e sem sentimentos ainda não se aperceberam do bem que o convívio com os animais nos faz.
    Beijinho linda fica bem.

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  5. Tenho 47 anos e tenho andado a pensar seriamente sobre esta matéria; pois de facto ainda não sei o que a lei diz sobre isto, ou seja - se é permitido por lei ou se é à margem da lei - que se pode conciliar - porque tudo é conciliável - pessoas e os seus animais; a minha ideia é exactamente a de levar para os lares, pessoas que por motivos vários, não podem estar em casa, ou simplesmente não querem, para não ficarem sózinhas, levando consigo os seus animais, para poder usufruir da estada nesse local, com a qualidade de vida emocional, que eles lhes proporcionam, para além do facto de evitarem problemas de saúde pública, física e mental, para ambos os lados, que depois tb será o Estado que vai pagar; a ida para um lar e ter de largar sabe-se lá onde e como, os nossos mais fieis amigos, é nitidamente o caminho para a morte certa dos donos e dos animais, e para estes, poderá ser tb o caminho dos maus tratos, que infelizmente acontece nos canis municipais, onde muitos vão parar! E depois??? Quem tiver ideias, por favor, contribua s.f.f.. Madalena Crespo, Sintra ' madalenamcc@gmail.com '

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    1. Infelizmente Madalena parece ainda não existir lei nenhuma que consinta que os idosos indo para um lar possam levar os seus animais com eles, só essa separação é dolorosa tanto para as pessoas como para os animais, mas parece que este é um tema de menor importância para quem faz as leis neste país, tanto idosos como animais parecem ser só "coisas" ou "empecilhos" por muitos descartáveis até... triste e revoltante!!!

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