13/05/2011

JAPÃO um exemplo para Portugal....


Os terríveis e tristes acontecimentos no Japão são muito sérios e preocupantes. Deles nós devemos retirar valiosas lições de vida. E quem nos ensina, neste momento, é o povo japonês, castigado e atacado por um facto de magnitude épica.
Em meio aos destroços de cidades e vilarejos arrasados e diante da escassez de comida e de água, os japoneses mantêm a ordem e a organização social. Fazem fila para conseguir um bolinho de arroz nos abrigos e alguns litros de querosene nos postos de combustível. Não há assaltos a lojas, nenhum roubo. Ninguém ousa se colocar numa posição melhor do que a dos demais, tirando alguma vantagem, qualquer que seja.
Mas o Japão é a “terra do sol nascente”. De um povo que acredita sempre na reconstrução. Que não perde a esperança, jamais. Este é o ensinamento que nós, portugueses, devemos aprender. Ao invés de cair no desespero, de permanecer prostrados e ficar lamentando e reclamando disso ou daquilo, deveríamos nos espelhar na força e na garra do povo japonês, que não teme o futuro, mas nele crê, como um dia melhor, sempre.
Em Portugal assistimos todos os dias a pessoas que furam as filas nos centros de saúde, nas filas dos hipermercados, nas filas dos transportes públicos, sem um pedir de desculpa, com licença, ou desculpe pelo incómodo.
Quando um povo tem humildade e respeito, somos capazes de pensar nos outros, nos seus sentimentos, nas suas necessidades. Quando zelamos pela vida como um todo, somos cuidados e respeitados. Quando penso primeiro em mim e só cuidar de mim, só tenho a perder. Tudo na vida é transitório, nada é completamente seguro neste mundo, tudo pode ser destruído num instante e reconstruído com muito esforço novamente.

 Os portugueses para saírem desta crise têm de reaprender a ser solidários, pacientes e aprender a sofrer colectivamente. A grande lição que os japoneses deram ao mundo foi que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução.
Como eu gostaria que o povo português desse o exemplo, como o dado pelo povo japonês, em termos de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade e de respeito pela sua memória colectiva, de forma, a podermos desmontrar ao mundo que, não necessitamos de nos subjugar, a troikas, a bancos, a agências de rating, nem a baronesas, nem barões venham eles donde vierem.

Que Deus interceda em favor do bravo povo japonês. Um povo amigo e que merece um destino vitorioso. Uma nação que é a prova mais evidente de que, para o ser humano, a vida é um eterno recomeço.

09/05/2011

A aparência é que conta????


Que somos pequeninos lá isso somos. Mas, tal como os homens, também não nos medimos aos palmos. Não é no tamanho que se vê a grandeza de algo ou de alguém, mas diga-se a verdade que ainda somos aqueles em que avaliamos uma pessoa através daquilo que veste, por exemplo. Experimentem ir a um banco solicitar um empréstimo para qualquer coisa. Primeiro vão de jeans, rotos de preferência, e t-shirt. Depois vão de fato e gravata. Mesmo que não o sejam passam a ser o Sr. Dr. Se por acaso são mesmo doutores, então estão mais que garantidos. Esta dualidade  de avaliação de um indivíduo pelo aspecto torna-se tão mais ridículo quanto o facto de alguém pagar uma conta com um cartão dourado ou com um simples visa, ser atendido de uma forma diferente. Como é possivel deduzir que um é mais teso que o outro só por estes factores? Reparem que eu até posso ser a maior pelintra ao cimo da terra, mas se levo o meu fatinho onde quer que seja, em vez das minhas queridas calças de ganga, passo a ser uma senhora, a quem me estendem a bandeja de ouro até. E que dizer das empresas em que a lista telefónica interna faz questão de ter as abreviaturas de “Dr.” e “Drª”, só porque se tem um canudo, só porque se terminou um curso académico, independentemente de se estar a exercer a função? Em que é que essas pessoas são diferentes de outras no trato, que “só” tenham o 9º ou o 12º ano? Em nada. Aliás, muitas vezes acontece serem estes últimos bem mais educados, competentes e trabalhadores do que os pseudo doutores. Ah triste país este que se não dá o salto em coisas tão básicas como estas, jamais chegará a pisar os calcanhares de outros realmente conscientes da sua grandeza. Um Portugal tão lindo com "gentes" de mentalidades tão tacanhas....
E assim vamos cantando e rindo....