10/11/2009

Homossexuais e a adopção


“Mais importante do que o dinheiro, é a estabilidade da futura família, tanto financeira quanto dos valores que serão ensinados às crianças. Dinheiro é importante para dar condições dignas de sobrevivência e educação à criança, mas só ele não resolve”


O grande argumento das pessoas que se opõem à adopção de crianças por homossexuais é de que especialistas ligados à área da psiquiatria e da psicanálise alertariam para o perigo da identificação das crianças com o modelo dos pais, o que as levaria, por lealdade afectiva, a se tornarem também homossexuais. Argumentam ainda que até os três anos de idade, a personalidade da criança se forma, e nessa formação contribui sem dúvida alguma a diferença de sexo entre os pais. Afirmam que se os pais são homossexuais, grande é a possibilidade de os filhos também o serem.

Nada mais falso. Primeiro porque, mesmo sem grande conhecimento na área de psiquiatria e psicologia, o senso comum revela-nos que a criança, na formação de sua personalidade, identifica-se sim com seus pais, mas – registe-se, com os papéis que eles representam: feminino e masculino. A forma física (genital) em que tais papéis feminino e masculino se apresentam pouco importa para a criança.

Segundo, porque se a afirmação de que os filhos imitam os pais fosse uma verdade inexorável, como se explica que crianças, geradas, criadas e educadas por casais heterossexuais, se descubram e se proclamem mais tarde homossexuais? Esse tipo de argumento é preconceituoso, discriminatório e infeliz. Se o velho jargão "tal pai, tal filho" fosse absoluto, filhos de génios seriam génios; de alcoólatras, alcoólatras, de psicopatas, psicopatas, e assim por diante. Felizmente, a realidade está aí para infirmar tais argumentos. Na verdade, a ciência não sabe o que determina a preferência sexual de uma pessoa.

Ora, se uma criança sofre maus tratos no seio de sua família biológica, abusos de toda espécie, ou se é abandonada à própria sorte, vivendo nas ruas, sendo usada para o tráfico de drogas, como ocorre em muitos centros urbanos, evidentemente que sua adopção, quer seja por parte de casal homossexual, ou heterossexual ou mesmo por pessoa solteira, desde que revele a formação de um lar, onde haja respeito, lealdade e assistência mútuos, só apresenta vantagens.
Outra questão levada em consideração, seria o preconceito que a criança sofreria no convívio social, na escola, na igreja, ou no bairro onde habita... Uma questão que só será resolvida com a abolição do preconceito geral da nação, que implicaria num amplo processo de revisão de conceitos.

Se sou a favor? Claro que sou... será que é preferível que as crianças fiquem a mercê do abandono dos maus tratos e do descaso...?!?!?

14 comentários:

  1. Ana;

    Interessante este teu tema. Bem desenvolvido e com muitas verdades. Mas,... e como há sempre um mas, como sou contra a adopção nessas circunstâncias, e com muito respeito, pelas crianças, pelos homossexuais e pela sociedade, prefiro não comentar mais que isso, embora reconheça a sua coragem em entrar na matéria e o respeito enorme pela sua opinião.

    bjs, Ana,
    Osvaldo

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  2. Este tema é complexo; e requer muito diálogo esclarecedor;
    Como diz a Ana .....existem muitos MAS...a todo o nível....

    Dà muito que pensar....
    BJS

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  3. Obrigada Osvaldo e Sonhadora pelos vossos comentários, já sabia ao colocar este tema que iria ser polémico, muito polémico... cada um tem direito à sua opinião e quem sou eu para não respeitar?
    Respeito as opiniões os costumes as diferenças e principalmente o bem estar de toda a criança...
    Entre pessoas minhas amigas há muitas divergências sobre este assunto... cada qual com seu modo de ver e analisar as coisas.
    Sejam sempre bem vindos!!!
    Beijo

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  4. Ora aqui está um tema que (parece impossivel) ainda vai sendo tabu nos dias de hoje falar-se abertamente, desde que o casal reuna todas as condições para poder ter uma criança seja homossexual ou heterossexual, porque não? É melhor ter orfanatos cheios de crianças? Serem abandonadas?
    Certos preconceitos terão que acabar, as mentes tambem terão que mudar.
    Bjo para ti Ana

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  5. Concordo com o Morgado e acrescento que o que devia privilegiar a adopção não fosse a orientação sexual, de quem pretende adoptar, mas os seus principios na área da educação, dos afectos, do respeito e da aceitação de que todo o ser humano tem direito à diferença!

    Insurjo-me sim contra as famílias que na sua conduta diária não respeitam essa mesma diferença incutindo desde cedo o preconceito nos filhos, daí a dificuldade em aceitar que são seres humanos como nós embora com outra orientação sexual mas com os mesmos direitos e maioria deles pessoas extremamente afectuosas!

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  6. Bom dia Ana, ainda bem que vejo este tema no seu blogue, de uma vez por todas as pessoas vejam um homossexual como uma pessoa como qualquer outra, sómente com uma orientação sexual diferente, por vezes como diz a Universalista na maioria deles pessoas extremamente afectuosas e até mais sensíveis.
    Essas pessoas a meu ver têm o direito sim à adopção, seria até uma mais valia para tanta criança, perigo está na adopção por parte de pedófilos, o «perigo é real»: um pedófilo pode adoptar uma criança em Portugal, pelo simples facto de o registo criminal ser apagado ao fim de cinco a dez anos. Isto sim é chocante, um pedófilo não tem cura, será sempre pedófilo este sim é um perigo para as crianças.
    Tenho amigos homossexuais e noto por parte deles uma sensibilidade tão grande, que na maioria das vezes não encontro por parte dos heterossexuais.
    Mudem as mentes neste país e principalmente mudem as leis pois a Justiça parece que vai de mal a pior!...
    Beijo amiga

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  7. Só isto...100% de acordo com a Mara.

    Bem haja a quem tem a coragem ou o bom senso de colocar este tema em seu blog.

    Beijinhos

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  8. Grande Ana, um tema polémico mas que é necessário falar-se nele, nada mais a acrescentar já disseste (em escrita) tudo e muito bem.
    Concordo em absoluto contigo.
    Bjo tem uma boa noite

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  9. Oi Ana gostei do tema e concordo em absoluto amiga.
    Bjão

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  10. Pois é Ana, tenho que confessar que sobre este tema já fui bastante retrógrado, mas estou a melhorar, da forma como expões o teu ponto de vista até concordo, terá é que ser bem analisado cada caso e refiro-me a todos os que querem adoptar crianças.
    Beijocas e bom fim de semana

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  11. Evoluam-se as mentes e modifiquem certas leis deste país e tudo melhorará, para bem de todos nós!...
    Beijo

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  12. Olá Ana,
    Parabéns pela coragem de expor suas opiniões sobre este tema. Certamente este assunto mexe com padrões sociais constriuídos há séculos! Antropologia, ciência, psicologia e a religião não conseguem, ainda, encontrar bases sólidas para uma reflexão séria sobre o homossexualismo. Como Pastor protestante, deixo claro a perspectiva bíblica que é contra a "atitute" homossexual, todavia, quando olho para Jesus e seu ministério conosco, vejo-o como alguém que olha para dentro das pessoas, para o coração, e procura limpá-lo em reconciliação da pessoa (criatura) com Deus (criador). Sua maneira de conseguir isso era (e ainda é) através do amor. O amor é capaz de romper barreiras e transformar corações.
    Assim, quando uma pessoa escolhe viver de um jeito ou de outro, o mais importante é se seu coração está em paz com Deus e com o próximo. E não há gesto maior de amor do que a adoção. Afinal, se somos filhos de Deus é porque Deus nos adotou através da morte de seu Filho, Jesus Cristo.
    Bem-aventura aquele cuja consciência não o condena no que faz!
    Parabéns pelo blog.
    Deus te abençoe!

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  13. Obrigada André, pelas suas palavras pelo seu carinho pela sua fé pela maneira como ensina e interpreta a Bíblia, Deus te abençoe sempre!!!

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